Elvis 1956




quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

livro Elvis What Happened? completo parte 6



continuaçáo do livro Elvis What Happened?

Capítulo - 7


Nos últimos vinte anos, a adoração por Elvis Presley superou em muito a de qualquer outro artista do século XX. De acordo com uma pesquisa de opinião pública, seu primeiro nome, Elvis, ganhou mais reconhecimento do que qualquer nome inteiro no mundo todo. A adoração ultrapassou em muito a de Valentino, Frank Sinatra e os Beatles. Em provento puro, Elvis Presley superou em muito os três talentos combinados. Nada menos do que 350 milhões de discos vendidos, um feito impressionante. O Guinness Book informa que ele teve mais discos de ouro (127) do que qualquer outro artista na história da indústria fonográfica.
Se há algum segredo do seu sucesso fenomenal, é que ele é o único artista que a qualquer momento pode apelar para as crianças de dez anos como para seus avôs. Não existe uma faixa etária em especial obcecada por Elvis Presley, ele atravessa todas as faixas etárias, todos os grupos econômicos, étnicos e nacionais. O nome “Elvis” é bem conhecido em Tóquio, como em Berlim Ocidental ou Johanesburgo.
Além do talento que levou Elvis a esta posição, em primeiro lugar, a maior parte de sua apelação tem a ver com a imagem que ele projeta. Em um mundo que transgride tradições sexuais, Presley hoje é o sonho de toda mãe como filho, o sonho de cada menina adolescente de um irmão mais velho,




ELVIS: O QUE ACONTECEU?


o sonho da moça do amante gentil e perfeito. Presley está ciente de sua imagem, e ele a alimenta, isolando-se da imprensa, evitando entrevistas e aparições públicas que não sejam suas performances.
Dentro do seu círculo intimo de amigos e entre os outros artistas, ele é igualmente cuidadoso com sua imagem. Quando uma jovem alegou que Presley era o pai de seu filho, ele não fez como tantos outros artistas teriam feito: ignorar o fato ou pagar-lhe alguns milhares de dólares para deixá-lo. Ele lutou até que qualquer resquício de desconfiança fosse apagado da mente de seus fãs.
Presley é de imensa sensibilidade e inteligência. Quando encontra alguém de fora do seu circulo íntimo ele é o mestre da abordagem o Dale Carnegie para fazer amigos e influenciar pessoas. Consciente de que as pessoas esperam que um artista de sua envergadura seja algo fenomenalmente diferente, ele avança com tanta humildade quanto o tempo e as circunstâncias permitam. É desarmante.
Naturalmente, como qualquer outro ser humano, Presley tem seus altos e baixos, seus dias de alto astral e seus dias de depressão. Red West e Sonny West, como muitos da Máfia de Memphis, podem a qualquer momento falar de forma extravagante e excessiva sobre a esmagadora generosidade de Presley - e no momento seguinte relatar francamente sobre o que acreditam ser uma compulsão obsessiva, como uma criança egoísta Presley nunca apenas gosta de alguém, ele ama ao ponto da sufocação. Ele não somente não gosta de alguém, ele tem uma rara capacidade de odiar com uma paixão impressionante. Moderação nunca esteve no dicionário de Elvis Aron Presley.

Dave Hebler era um recém chegado ao redil. Red e Sonny costumam dizer que poucas pessoas poderiam ter sobrevivido a uma centena e trabalhado em tantos empregos como Dave Hebler. Denomine um trabalho e Dave Hebler em seu passado diverso já o fez. “Eu lembro que minha mãe,





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Willy, que ainda vive em Massachusetts, sempre teve medo que eu acabasse na rua com um copo na mão,” diz Dave. Quando ele conheceu Elvis Presley, em 1972, muita infantilidade do cantor tinha desaparecido. O grupo de rapazes da Máfia de Memphis estava assistindo a mudanças irreversíveis na personalidade de Elvis Presley. Mas Dave não tinha base para comparação.
O encanto de Presley tinha o mesmo impacto em Dave, como nos fãs e pessoas intimas. Mesmo nas suas primeiras reuniões com Presley nos tatames do karate, primeiro no estúdio de karate de Ed Parker, em Santa Monica e depois em seu próprio estúdio de karate em Glendora, quando Presley parecia afligido por alguma doença, o encanto o acertou como um ciclone. “Sejamos realistas”, diz Dave, “Eu pensei que ele foi à melhor coisa que eu já havia conhecido. Esse cara não precisava me bajular. Mas de qualquer modo ele tinha aquele encanto, ou talvez fosse um jeito de me fazer sentir importante num momento que eu precisava me sentir importante.
“Talvez agora, eu vejo isso mais claramente, mas não há como fugir disto. Eu nunca havia conhecido – nem antes nem depois – nem lido, nem ouvido falar, que um homem poderia desarmá-lo totalmente com generosidade e encanto no que parecia ser de amor espontâneo, como poderia Elvis Presley. Hoje eles usam a palavra carisma. Bem, Presley tinha de sobra em caminhões. Ele pode andar em uma sala sem dizer uma palavra e a iluminar. Depois aprendi que ele pode andar naquela mesma sala e enchê-la de violência e jogo de nervos. Ele pode manipular as suas emoções como nenhum ser humano que já conheci. De repente você sente que esta conduzindo sua própria vida em uma série de altos e baixos a cargo de seus altos e baixos.”
Sem conhecimento de Dave Hebler, Elvis Presley, após seus dois primeiros encontros com Dave sobre os tatames de karate, havia lhe dado o seu selo de aprovação. Dave era ideal para um intimo de Presley. Ele era quieto, respeitoso, boca fechada






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e ele se submeteu a Presley de uma maneira que Elvis admirava. Dave também estava em apuros, e estava falido. Em tempos posteriores Dave percebeu assim como Red e Sonny, que este era um requisito importante para ficar ao lado de Presley.
Aproximadamente duas semanas após a primeira reunião de Dave com Presley, no outono de 1972, Dave estava em uma reunião de karate liderada por Ed Parker. “Estávamos conversando sobre a organização de alguns torneios”, Lembra Dave. “Parker era um ótimo organizador. Fizemos planos de conseguir algum dinheiro para a arte. Parker conhecia muitas pessoas, e se alguém pode fazer algum trabalho, é Parker. Ele é um cara inteligente, sem falar de sua habilidade. Enfim, como a reunião terminou, Ed mencionou casualmente que estava indo à casa de Elvis. E se eu gostaria de ir? Diabos, sim, eu amaria.”
Dave não sabia até então, ninguém simplesmente vai ver Presley. Ele faz as coisas com muito mais planejamento do que as pessoas pensam. Ele nunca é espontâneo quando se trata de conhecer pessoas. Ele pensa nele, com quem quer estar perto, e então age. Isto não é porque Presley seja um planejador nato, longe disso, mas porque, fora do entretenimento, ele tem muito pouco para ocupar o seu tempo. Entre os momentos inebriantes de entreter um público insano, há períodos muito longos de tédio. Se Presley tem um desafio a cumprir está tudo bem. Mas em 1972, ele não tinha muitos desafios em sua vida. Uma das razões por que ele trocava de carros como homens trocam de meias é que não havia absolutamente nada fora do seu ambiente de trabalho que fosse do seu interesse. Carros, mansões, mulheres, objetos, amigos, todos eram brinquedos para quebrar a monotonia de um rei no exílio. Assim, nos últimos sete ou oito anos, quando o tédio tornou-se um pedágio para Presley, ele colocou grande esforço em coisas menores. Se alguma vez houver uma mudança de plano, que afeta a ele ou sua comitiva, ele fará uma reunião em grande escala para discutir



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o problema, não importa o quão pequeno, da mesma maneira que um presidente de banco vai discutir a crise orçamental.
Dave Hebler tinha sido objeto de uma dessas reuniões. Seu talento, personalidade, posição financeira e sua habilidade no karate tinham sido discutidas com a finalidade de sua introdução como confidente em potencial.
“Elvis tinha tomado uma simpatia imediata por Dave,” Sonny lembra. “Então naquela noite ele realmente disse a Ed Parker que o trouxesse a casa. A visita foi concebida.” Presley na época estava morando em outra mansão em Beverly Hills, em Monovale Road 144. Era uma bela propriedade ao estilo das verdadeiras estrelas de cinema.
Dave retoma a história. “Elvis estava lá sentado calmamente com os rapazes. Charlie Hodge, o seu guitarrista rítmico estava lá. Sonny e sua esposa, Judy estavam vivendo na casa com Elvis. Era uma noite fresca e tranqüila. Como de costume eu não falei muito. Elvis fez um gesto para mim e me levou para o exterior da unidade. Havia carros por todo o lugar. Mercedes, Rolls, Cadillacs. Parecia um showroom de carros de luxo. No meio de tudo isso estava à bela, brilhante, preta Stutz Blackhawk. Ufa, que carro! “Elvis estava extremamente orgulhoso desse carro. Ele sorriu para Dave e o levou até lá. Ele bateu no carro de forma paternal e disse, “Este me custou quarenta mil, Dave. Acredite em mim, man, é um puta carro.”
A noite estava clara e úmida, e após mais algumas palavras, Presley disse, “Ei, quer dar um passeio? Vamos pule aí e vamos dar uma volta.” Ed Parker tinha saído para se juntar a eles. Presley sentou no lugar do condutor. Parker sentou-se ao seu lado e Dave sentou-se atrás deles. Sonny e Charlie Hodge os seguiram em uma Mercedes. Presley acelerou o carro. Ele ronronou para fora da unidade como uma pantera. Sonny e Charlie seguiram atrás, e eles saíram em um tour, apenas para seu deleite. “Era cerca de meia noite”, diz Dave, “e não fomos a nenhum lugar em particular, e embora



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não houvesse muitos carros em volta, somente sua visão causava um verdadeiro impacto. Em Hollywood naqueles tempos não havia muitas Stutz.
“Então, naturalmente, Elvis foi altamente reconhecido. Havia carros fazendo retornos por todas as partes. Outros carros avançavam velozmente com pessoas para fora da janela com a boca abeta. O trafego da meia noite enlouquecia. Foi então que percebi o quanto esse cara não podia fazer um passeio de forma simples sem se transformar em um motim. Ele era o tipo de cara que simplesmente gostava de entrar num carro e dar uma volta pelos arredores, como qualquer outro rapaz. Mas isso foi negado a ele, e embora eu tivesse ficado impressionado com toda a ação, não pude ajudar, mas sinto pena dele, mesmo tendo um carro de quarenta mil dólares e todo o resto. Foi inútil. Ele teve que virar e voltar para casa. “Chegamos ele se sentou e ficou por ali.”
Depois de mais um bate papo, Ed Parker calmamente chamou Dave de lado, “Dave, nós temos uma coisinha aqui para discutir, um pequeno problema. Gostaria de saber se você poderia nos dar licença um minuto. “Dave tomou a sugestão óbvia e saiu para uma sala adjacente, ligou uma enorme televisão a cores fechou a porta e sentou-se tranquilamente enquanto o grupo no interior da outra sala discutia o seu negócio.
“Eu estava sentado na toca,” diz Dave, “quando a porta se abre e Elvis entra.” Dave ele sorriu e disse, “Dave eu queria saber se você poderia ajudar numa questão.” “Claro, qualquer coisa,” Dave respondeu. Presley continuou, “Nós temos um problema aqui.” Dave estava apreensivo, era a segunda vez que ele ouvia a palavra problema.
“Francamente,” diz Dave, “eu pensei que ele tinha problemas com alguns caras ou que alguns caras tivessem ameaçando Elvis, portanto contataram Parker e eu. Eu estava pronto para qualquer coisa.”
Presley guiou por gestos Dave até a porta. “Aqui está o problema...





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Presley abriu a porta da frente. Dave esperou com apreensão. Ele ia enfrentar um homem com uma faca ou o que?
“Agora”, disse Presley, apontando para a fila de carros, “este maldito carro está bloqueando a entrada, e queria saber se você pode levá-lo daqui para sempre.” A mente de Dave deu uma sacudidela. Ele não estava certo do que ouviu. Elvis queria que ele colocasse esse carro para fora, esta Mercedes Benz deslumbrante? Sobre o que ele falava? Presley acenou para Charlie Hodge, pegou o molho de chaves de suas mãos, e depositou-os na palma da mão de Dave. “Vá em frente,” disse ele, “leve-o, man. É seu.”
Dave empalideceu. “Sobre o que você está falando? Quero dizer, o que está acontecendo? Perdi alguma coisa?”
“É seu, man,” repetiu Presley. “Estou lhe dando este maldito carro. É seu.”
“O que? Você está zombando de mim. É algum tipo de piada? Quero dizer...”
Quando Presley finalmente o convenceu que estava lhe dando uma Mercedes 280 SL de dez mil dólares, Dave se sentia como se tivesse sido atingido por uma machadinha no crânio.
“Eu me lembro, que cai em seus braços e o abracei e suspirei, ‘Você quer dizer... Elvis, man, o que posso dizer, você é como uma mãe. Quero dizer, man, Jesus, obrigado. O que posso dizer? Obrigado, obrigado... um milhão de vezes.” Dave se lembra que ele ficou bastante emocionado, e uma lágrima ou duas pode ter escorrido de seus olhos.
Com que freqüência alguém visita alguém e sai com um carro de dez mil dólares? Foi um pouco demais para Dave. Elvis agiu como se tivesse doado um clipe de papel. Ele sorriu e disse calmamente, “Ei, man,divirta-se.” Então, ele vagou para dentro e subiu para descansar.
De volta dentro da casa, Dave soube que o carro tinha sido originalmente comprado para Charlie Hodge, mas Presley havia decidido ali em cima da hora dá-lo para Dave, então ele disse a Charlie Hodge




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“arrume a papelada e arranje um novo”, - que significou a compra de um novo carro as três da manhã. Isso assombrou Dave, mas não foi nada para os outros rapazes naquela noite.
Charlie Hodge fez uma chamada telefônica para o Sr. Gold, vendedor de Mercedes em Hollywood, e em alguns minutos depois das três da manhã. “Eles o levaram em casa,” diz Dave. “Então, Charlie combinou com Sr. Gold, quero um Mercedes 450 SL imediatamente.” Dave virou-se para Sonny e, ainda confuso, disse, “Sonny veja o que Elvis fez, man? Ele simplesmente me deu uma Mercedes. “Sonny levantou os olhos. Ele não poderia ser julgado se parecia um pouco desligado. Ele tinha visto aquela cena uma dúzia de vezes.
“Oh, sim, eu sei, grande”, foi à única resposta. Então ele acrescentou, “Charlie apenas está encomendando um novo agora por uma questão circunstancial.” Dave olhou interrogativo. O que é isso? Ele pensou. Todos esses caras são loucos? Dois carros, dois carros de luxo, duas Mercedes Bens, todos comprados antes do café da manhã. Isto é uma viajem.
Antes do amanhecer, Charlie Hodge tinha a sua Mercedes nova.
“Elvis fez muitos negócios com o Sr. Gold”, diz Sonny. “Claro, que ele ia sair da cama e arrumar toda a papelada se pudesse contar com esse tipo de negócio. Vendedores de carros devem ter sempre esses problemas.”
Os meninos tinham pedido um pouco de comida Chinesa e comemoravam na madrugada enquanto o rei dormia lá em cima. “Eu me lembro que estava tão animado que eu queria comer a minha comida Chinesa no carro.” Dave nunca tinha comprado um carro novo. A sua forma de condução agora era um reluzente Mercedes.
“Isto significou algo a mais para mim,” lembra Dave. “Eu tinha me separado de minha esposa, e havia um trauma por causa das crianças. Eu me senti muito deprimido durante algum tempo.
“Eu tinha deixado meu trabalho e estava quebrando a cabeça





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para pagar as minha dívidas e coisas assim. De repente isso. Enquanto dirigia para casa estava nas nuvens pensei talvez isto seja a luz no fim do túnel. Talvez isto seja o começo de algo novo. Talvez agora venham alguns instantes de descanso, talvez seja o começo de uma nova era..”
Dave tornou-se um visitante regular da casa de Monovale Road, embora ele visse Presley só ocasionalmente. Elvis apareceria na toca, saudando-os, seria muito educado e desapareceria. Ele jamais mencionou o presente exótico a Dave. Foi um presente e não devia mais ser comentado. Toda vez que Dave via Elvis, ele seria muito caloroso. “Ola, Dave, como vai, man? È bom vê-lo.” Dave via muito mais Sonny e Red. “Quero dizer, Elvis não é a espécie de pessoa que você pode chegar ao bar da esquina e tomar uma cerveja. Então, realmente eu me tornei muito mais próximo de Sonny e Red, e Elvis teria sempre um caloroso olá cada vez que me via. Eu não queria parecer um parasita. Nem sempre queria estar aos seus pés.” Assim durante os próximos meses, ele tinha uma relação “fácil vêm fácil vai” com Presley.
Então, na primavera de 1973, Dave deveria ajudar Presley de uma maneira que era importante para o superstar. Isso aconteceu no campeonato de karate estadual da Califórnia em São Francisco. Os alunos de karate de todos os cantos dos Estados Unidos e de outros países tinham-se reunido. Na época, de fato, o maior torneio de karate do mundo.
“De Los Angeles fui para lá com Ed Parker,” lembra Dave, “e muitos dos meus alunos. Estávamos todos muito excitados. Era o maior momento do ano para todos os interessados em karate. Elvis estava chegando para assistir ao torneio. Um homem chamado Ralph Castro promovia o evento.
“Quando chegamos à cidade na noite de sexta-feira, notamos que havia anúncios nos jornais de que Elvis Presley estaria no torneio em pessoa. E na entrada da arena






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havia uma grande faixa na marquise que dizia, Elvis Presley em pessoa. Não pensamos em nada naquele momento, mas causou uma enorme confusão. Fomos para Hyatt House, onde Elvis ficava. Encontramo-nos com Joe Espósito e Jerry Schilling.”
Schilling é um homem de boa aparência, um atleta, foi estrela na Memphis Catholic Schools. Ele se mantém em forma impecável e é um devoto da alimentação saudável. Ele é um garoto de Memphis e membro leal da Máfia de Memphis. Mas Schilling e Presley tinham suas diferenças. Schilling, juntamente com Sonny, Red e Dave, eram alguns dos muitos membros da comitiva. Na política ele parecia seguir uma linha liberal, e ele muitas vezes ofereceu argumentos convincentes nas longas sessões de política que os rapazes tinham com Presley.
Schilling foi o primeiro a admitir que Presley tivesse sido generoso com ele em relação aos presentes materiais. Mas, quando irritado, Presley costumava referir-se a Schilling como “aquele filho da puta.” Além disso, Schilling era católico. Presley havia feito muitas contribuições para diversas instituições de caridade católicas, mas, de acordo com os garotos West, ele considerava o Catolicismo um ramo perigoso do cristianismo. Apesar disso, Presley o manteve por perto. O relacionamento enfrentou muitas tempestades antes de Schilling deixar a comitiva.
Depois naquela noite, lembra Dave, alguém mencionou a Presley o fato dos jornais noticiarem que ele estaria no torneio em pessoa.
“Repentinamente, o inferno se instalou,” lembra Dave. “A noticia tinha chegado até o Coronel Tom Parker, e ele pulou como louco sobre ela.
“Eu não sabia sobre a confusão, e então alguém se dirigiu a mim. Ao que parece o acordo consistia que Elvis tinha que se apresentar em Lake Tahoe dentro das próximas três semanas. Havia uma cláusula no contrato que dizia que ele não poderia aparecer publicamente num raio de mil quilômetros no prazo de trinta dias antes do seu show em Tahoe. Agora o Coronel Tom Parker






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um dos empresários mais difíceis do mundo. Ele dirige um negócio extremamente difícil. Mas uma vez que ele dá a sua palavra ela é lei. Ele espera que todos cumpram a sua parte, e ele tem a maldita certeza que faz a sua parte. Se ele quisesse, ele poderia ter dito a Elvis para ir em frente e sentar na primeira fila e saudar a audiência. Isto os teria satisfeito. Provavelmente, estaria bem. Mas o velho não queria ninguém lhe dizendo que Elvis apareceu em uma demonstração de karate e que isto constituía uma aparição pública. Ele não ia dar um motivo para dizerem que ele quebrou sua palavra. Ele é obcecado por dar um aperto de mão em um negócio ou dar a sua palavra. É lei, e é por isso que ele tem tanto valor em um mundo cheio de enganadores.
“De qualquer maneira, a ordem veio: ‘Arranquem a faixa.’ E a ordem também proibia Elvis de aparecer no torneio. Elvis ficou muito decepcionado. E para mim foi apenas mais um caso em que ele não podia apreciar as coisas simples da vida. Agora, ninguém sabe ao certo quem colocou a faixa promocional indicando que Elvis estaria lá. Acho que foi apenas entusiasmo excessivo por parte de alguém.
“Mas onde eu estava o consenso consistia que a culpa era de Ed Parker, se a culpa era dele ou não. De qualquer maneira, durante algum tempo Ed Parker esteve queimado com Elvis.” Havia ainda um problema: Quem iria subir lá e dizer a dez mil praticantes de karate que Elvis não estaria lá?
“Bem,” diz Dave, “Eu peguei essa tarefa para mim. Subi em uma escada de mão e puxei a faixa. Então veio a parte difícil. Eu tive que ir em frente aqueles dez mil homens brutos e dizer-lhes que Elvis não estaria lá. Parecia como se havíamos os enganado, e, francamente, apesar de todos serem inocentes, parecia o contrário.







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Enfim, levantei-me e fiz o anúncio. É uma sensação de abandono estar diante de dez mil rapazes, cada um deles muito hábel com suas mãos e pés, e dizer-lhes que todo aparato promocional foi um erro. Assim que estou fazendo o anúncio, os caras atrás de mim, organizadores do evento, começam a dizer, ‘Prossiga Dave, estamos lhe dando cobertura. Se alguém fizer um movimento em sua direção nós o apanharemos’ (todas às vezes rindo).
“Isso me fez sentir bem. Estava tudo bem para aqueles caras, mas era eu quem estava fazendo aquele anúncio. Eu realmente estava preocupado que um motim acontecesse. Houve muitas vaias, e eu finalmente disse a multidão, ‘Calem a boca; viemos aqui para apreciar o bom karate. Agora se alguém quer o seu dinheiro de volta, simplesmente vá até o guichê.’ Bem, eles ficaram calmos como cordeiros, e para meu grande alivio apenas quatro pessoas pediram o seu dinheiro de volta. Graças a Deus não houve tumulto no guichê, ou realmente as coisas teriam naufragado.”




Quando Ed Parker esteve queimado com Elvis por causa do ocorrido, Dave não sabia, mas ele também estava queimado. “Era o tipo de culpa por associação. Provavelmente Ed não sabia também, porque desde então ele ajudou Elvis com vários trabalhos relativos à segurança, mas ele estava sendo tratado friamente.”
Tanto Sonny como Red falaram com Elvis sobre Dave, dizendo-lhe que ele tratou o que de outra maneira poderia ter sido uma má publicidade para o próprio Presley. Elvis agiu como se ele soubesse o tempo todo. “Vocês me subestimam,” ele lhes disse. “Eu sabia que tipo de homem é Dave Hebler no instante que o conheci. Posso ver essas coisas muito antes do que outras pessoas possam. Eu sabia que seria Hebler quem lidaria com isso. Porque vocês acham que eu lhe dei um carro, então?”
Era um comentário típico de um homem que acredita sinceramente que tem poderes sobrenaturais, uma comunicação especial com o passado, futuro e com Deus. E, embora pareça grotesco, Red West não está totalmente convencido de que Elvis não possua tais poderes.






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“Um monte de coisas são muito loucas”, diz Red, “mas não posso deixar de acreditar que há algo especial sobre Elvis. Francamente, eu acredito em um monte de coisas que ele faz e o mesmo ocorre com Sonny. Eu vi algumas coisas estranhas acontecerem com aquele homem, e não posso achar que todas são coincidência.”

Quando Dave foi bem vindo novamente na casa de Presley. Ele vinha principalmente para ver Sonny e Red, mas muitas vezes passaria para ver Presley. Naquela etapa não houve nenhuma sugestão para que Dave trabalhasse para Presley.
Em julho de 1974, Dave e Red West estavam trabalhando no gramado da frente da casa em Monovale Road 144, em alguns movimentos de karate. Red estava aprendendo com Dave. De repente, do nada, Dave ouviu um grito horripilante de uma janela aberta. “Olhei para cima e vi Elvis me acenando. Eu gritei para ele e acenei de volta,” lembra Dave. “Poucos minutos depois, como Red e eu ainda estávamos trabalhando lá fora, Elvis apareceu na porta da casa. Ele tinha um grande sorriso em seu rosto, que era muito usual quando ele me cumprimentava nesses dias. “O que foi notório era o que Elvis estava segurando em suas mãos. Uma metralhadora Thompson muito letal.
“Elvis apontou-a para mim,” lembra Dave, “e gritou, ‘Rat-tat-tat-tat-tat ... com certeza vence o karate, hein, Dave?’”
Dave sorriu levemente e disse, “Com certeza, Elvis.”
“Ali estava um cara com uma enorme metralhadora de merda”, diz Dave, ainda hoje, mostrando alguma surpresa. “Quero dizer, me diga, onde é que o cara adquiriu aquela maldita metralhadora gigante,” Era selvagem.
Red responde, “Eu acredito que a arma veio de Chicago e que nunca havia sido utilizada. Isso é tudo o que eu sei, honestamente. Ele freqüentemente a transportava por toda parte junto com o maldito M 16. Quando você tem jatos fretados e coisas assim, você não tem que passar tudo pela segurança.







ELVIS: O QUE ACONTECEU?


Além disso, a maior parte do tempo Elvis viajava em aviões de sua propriedade, portanto não iriam apreendê-las. Então, ele não tem que passar por aqueles portões eletrônicos que detectam armas.
“Agora, por sermos do Sul, todos nós sempre estivemos muito próximos de armas, você cresce com elas. Mas Elvis é absolutamente excêntrico em relação a elas. Ele compraria um arsenal se tivesse a chance. Ele é estranho sobre as armas quero dizer bizarro, man. Como não se mete em problemas, eu não entendo.”






continua............

Um comentário:

  1. GOSTANDO MUITO DO BLOG E FINALMENTE ACESSO AO TAL LIVRO...
    BASTANTE INFORMAÇÃO. DEZ! OBRIGADA.

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