Elvis 1956




quarta-feira, 19 de abril de 2017

Priscilla Presley revela última conversa com Elvis Presley


Por Onde Anda? Priscilla Presley, a esposa de Elvis e atriz em Corra que a  Polícia Vem Aí ~ Memórias Cinematográficas

turma todos sabem que o livro ELVIS E EU esta sendo postado aqui e pegando carona neste assunto deixo com vocês esta pequena mas interessante matéria onde Priscilla ex esposa de Elvis conta em detalhes a ultima conversa com O REI 


Priscilla Presley revelou detalhes da última conversa que teve com o ex-marido Elvis Presley, dias antes da morte do cantor, em 1977.



Priscilla, casada com Elvis por seis anos até o casal se divorciar amistosamente, em 1973, disse em entrevista ao apresentador de TV britânico Jonathan Ross que estava preocupada com o bem estar do ex-marido, mas que era incapaz de ajudar.
“Conversamos alguns dias antes de ele falecer, o que foi muito difícil, [eu estava] perguntando se ele estava bem e se estava empolgado para sair em turnê, e ele estava”, lembra ela.
“Ele amava o trabalho, mas estava lidando com várias questões... decisões que tinha de tomar... então não era fácil.”
Admitindo estar preocupada com o ex-marido, ela diz: “Eu estava [preocupada], mas Elvis, ele achava que estava bem.
Ele não era o tipo de pessoa para quem você pudesse simplesmente dizer: ‘Você tem de se cuidar...’ Era difícil para todo mundo fazer alguma coisa, porque no final das contas a decisão era dele, e ele achava que estava bem.”
Falando sobre Elvis ao longo dos anos, depois da separação, Priscilla diz: “Era duro, Elvis ficava meio perdido e basicamente achava que estava envelhecendo. Ele estava lidando com várias questões, se isolando, e era difícil, sim.”

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Priscilla conheceu Elvis quando era adolescente. O cantor estava na Alemanha, como o Exército americano. Surpreendentemente, houve poucas reações quando ele levou a jovem amante de volta para sua casa, em Memphis.
Priscilla morou em Graceland até o casamento, em Las Vegas, no ano de 1967.
Ela falou a Jonathan Ross sobre essa época da vida, admitindo que perdeu muito da adolescência à sombra do marido superstar:
“Você começa a ser perder, e as pessoas sempre queriam, e ainda querem, saber dele, e entendo isso agora melhor do que quando era mais nova.
Estava meio perdida em relação a quem eu era, não tive adolescência, aprendi muito sobre ele e passei tanto tempo com ele que pensava como ele, sabia do que ele gostava, do que ele não gostava, sabia o que ele estava pensando, sabia tudo o que se pode saber quando você vive com alguém sendo tão jovem...
Hoje em dia estou muito mais à vontade em relação a isso, porque agora sei quem sou e sou capaz de falar sobre o assunto.”
Priscilla também revela que Elvis era “germofóbico”: “Uma das coisas que ele fazia – principalmente quando era mais novo – ele não gostava de ir à casa das pessoas porque não gostava de comer com os talheres dos outros”.
 
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“Então ele levava os próprios talheres. Ele não gostava de beber da xícara copo dos outros, até mesmo em restaurantes ou na casa de outras pessoas. Ele sempre bebia do lado da asa da xícara, sabendo que ninguém faria a mesma coisa.”
“Ele era meio germofóbico, então?”, pergunta Jonathan.
“Sim, um pouco”, responde Priscilla. “Ele não gostava de ficar perto de coisas que eram muito manipuladas por outras pessoas... Ele era assim quando pequeno, quando era criança...
Acho que ele não gostava de colocar a boca onde outras pessoas colocavam a boca, talheres, esse tipo de coisa que você leva à boca.”
Falando sobre o momento em que soube da morte de Elvis, Priscilla admite que ficou “absolutamente devastada, até hoje é difícil acreditar”.
Os outros convidados de Jonathan Ross foram Elvis Costello, Danny Dyer e Rob Beckett, com performance do Caravan Place. O programa foi exibido pela rede ITV no dia 31 de outubro.
 
 
 
 
 
FONTE DE INFORMAÇOÉS
 
 Brasil Post
 
 
FOTOS DIEGO ELVIS ARQUIVO PESSOAL

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 16

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 16


Qualquer coisa que eu podia pensar em fazer por Elvis, sempre fazia. Cuidava para que Graceland estivesse sempre aconchegante, com as luzes reduzidas, como ele preferia, a temperatura em seu quarto no nível em que gostava (congelando), a cozinha exalando o aroma de seus pratos prediletos.

Todas as noites, antes do jantar ser servido, eu descia primeiro, conferia com as criadas se a comida estava exatamente do jeito que ele apreciava — o purê de batata cremoso, bastante broa de milho, a carne bem passada, à perfeição. Sempre tinha velas na mesa de jantar para criar um clima romântico, apesar de sempre comermos com várias pessoas do círculo íntimo.

Eu adorava mimar Elvis. Ele possuía uma qualidade de menino que podia despertar o instinto maternal em qualquer mulher, um jeito fascinante de parecer totalmente dependente. Era esse aspecto de seu charme que me fazia querer abraçá-lo, lutar por ele, até mesmo morrer por ele. Eu ia a extremos nesses cuidados, cortando sua carne ao jantar e providenciando para que seu copo estivesse sempre cheio de água. Adorava mimá-lo e sentia ciúme quando outros disputavam a sua atenção e aprovação.

Mas nem sempre eu recebia sua aprovação. Se alguma coisa saía errada com o jantar, Elvis explodia:

— Por que este bife não está bom? Por que não cuidou para que as cozinheiras fizessem tudo direito? Se você tivesse feito seu trabalho, não estaria assim.

Era evidente que havia mais alguma coisa errada, só que na ocasião eu não percebia. Por cauda das contínuas pressões e problemas na vida de Elvis, tudo agravado pelas drogas que ele tomava, as pequenas coisas podiam levá-lo a uma explosão. Eu assumia a responsabilidade por tudo em sua vida e sempre levava as coisas em caráter muito pessoal.


Eu queria estar junto de Elvis tanto quanto pudesse; ir ao cinema ou ao parque de diversões todas as noites podia ser uma maneira maravilhosa de ele relaxar, mas constituía um tremendo problema para mim. Muitas vezes só chegávamos em casa às cinco ou seis horas da manhã e duas horas depois eu tinha de estar na escola. Havia ocasiões em que eu nem dormia. E quando isso acontecia, mal conseguia sair da cama. Ficava deitada, tentando reunir força necessária para enfrentar o dia. Elvis tornava a situação ainda pior ao sugerir que eu dormisse e não fosse à escola.

Seria muito fácil aceitar a sugestão, mas não podia esquecer o acordo que fizera com meus pais. Eles confiavam em mim; embora não estivesse correspondendo ao que esperavam, ainda tinha de manter a fachada. Dia após dia eu ia à escola, estudava até meio-dia, depois voltava a Graceland para me deitar e me aconchegar junto de Elvis, que ainda estava profundamente adormecido. Quando ele acordava, às três ou quatro horas da tarde, podia ter a impressão de que eu nunca saíra de seu lado. Estava sempre ali para providenciar seu suco de laranja, a omelete espanhola, batatas fritas, bacon e — acima de tudo e o mais importante — o café puro. Todos os íntimos de Elvis sabiam que ele precisava de pelo menos duas ou três horas para acordar plenamente. Pedir-lhe para tomar uma decisão antes disso, até mesmo algo simples, como qual o filme que gostaria de assistir naquela noite, era uma imprudência.
Ele ainda estava muito atordoado e irritado das pílulas para dormir, que o faziam dormir até quatorze horas por dia. Parecia assim perfeitamente natural que ele tomasse Dexedrine para despertar por completo. Eu estava sempre preocupada com a quantidade de pílulas para dormir que Elvis tomava. Seu horror à insônia, agravado pela história


familiar de preocupação compulsiva, levava-o a tomar três ou quatro Placidyls, Seconals, Quaaludes ou Tuinals quase sempre todas as noites... muitas vezes até uma combinação de todas as quatro pílulas. Quando eu manifestei minha preocupação, ele pegou o dicionário médico, sempre à mão na mesinha-de-cabeceira, e disse:


— Aqui tem uma explicação para todos os tipos de pílulas no mercado, seus ingredientes, efeitos colaterais, curas, tudo enfim. Não há nada que eu não possa descobrir.

Era verdade. Elvis estava sempre lendo pílulas, sempre conferindo o que havia no mercado, quais as novas drogas que recebiam aprovação das autoridades competentes. Referia-se às pílulas por seus nomes médicos e conhecia todos os ingredientes. Como todas as pessoas que o cercavam, eu me impressionava com o seu conhecimento e estava convencida de que ele era um experto. Podia-se até pensar que era formado em farmacologia. Elvis sempre me garantia que não precisava das pílulas, que nunca se tornaria dependente. Essa diferença de opiniões sempre resultava em confrontações sérias; e eu sempre acabava cedendo em minha integridade e aceitava seu ponto de vista.
Comecei a tomar pílulas para dormir e também pílulas de dieta. Dois Placidyls para ele e um para mim. Um Dexedrine para ele e um para mim. O consumo de pílulas por Elvis acabou parecendo tão normal para mim quanto observá-lo comer uma enorme quantidade de bacon com sua omelete espanhola. Passei a tomar as pílulas rotineiramente, a fim de conseguir dormir, depois das incursões frenéticas ao parque de diversões ou jam sessions durante a madrugada. E rotineiramente, tomava outras pílulas quando acordava, a fim de manter o ritmo vertiginoso e, o que era mais importante, estudar para os exames finais.

Durante o último mês antes das provas comecei a tomar mais Dexedrines do que antes. Pareciam me proporcionar a energia de que precisava para assistir às aulas e fazer os deveres de casa. Cada momento de folga era devotado a espremer em poucas semanas todo o trabalho de um semestre inteiro. Mas minha concentração era insuficiente; o ritmo de vida em Graceland finalmente cobrava o seu tributo.


ELVIS E EU


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Eu já fora informada pela Irmã Adrian que teria de passar em todas as matérias para me formar. Durante uma conversa em seu gabinete, senti vontade de lhe confidenciar, explicando que era impossível tirar boas notas quando dormia tão pouco. Mas como poderia contar isso a uma freira?

Eu não tinha objetivos concretos depois de me formar, mas às vezes sonhava em me tornar uma bailarina ou talvez me matricular numa academia de arte. Compreendo agora que estava profundamente influenciada pela atitude indiferente de Elvis em relação a meus estudos. Ele achava que eu não precisava continuar a estudar, obtendo a minha concordância. Apenas estar em sua companhia durante a maior parte do tempo já proporcionava uma instrução — para não falar em experiência — que nenhuma escola poderia oferecer. Elvis queria que eu lhe pertencesse totalmente, disponível para ir ao seu encontro num instante, se precisasse de mim.
Isso me parecia maravilhoso. Jamais planejara um futuro sem Elvis. Por isso, enquanto minhas colegas de turma decidiam para qual universidades se candidatariam, eu estava preocupada com os sapatos que melhor combinariam com um vestido de lantejoulas. Sentia-me tentada a dizer à Irmã Adrian: "Por falar nisso, Irmã, acha que cinza-metálico combina com lantejoulas azuis?" Com essa atitude, não era de surpreender que eu ainda estivesse lamentavelmente despreparada para a mais odiada de todas as matérias, álgebra, na semana anterior às provas finais. No dia da prova sentei na sala apinhada, excitada pelo Dexedrine que tomara, tentando resolver os problemas. Apesar do meu esforço, sabia que não tinha a menor possibilidade de passar. Comecei a entrar em pânico. Tinha de me formar. Era uma obrigação para com Elvis e meus pais, que me tirariam de Graceland no instante em que eu fosse reprovada. Olhei para a garota ao meu lado... e para sua prova concluída. É o meu último recurso, pensei. E é o que vou fazer. Não estava disposta a enfrentar as conseqüências de ter de voltar para casa por ser reprovada naquela matéria. O nome dela era Janet, uma das melhores alunas da turma. Bati em seu ombro e exibi meu sorriso mais cativante, sussurrando:


— Você é fã de Elvis?



Aturdida por minha pergunta, ela se limitou a balançar a cabeça afirmativamente. Acrescentei:

— Gostaria de ir a uma de suas festas?

— Está brincando? — murmurou ela. — Eu adoraria!

— Pois tenho um jeito de conseguir isso. Olhei para sua prova e expliquei tudo. Janet compreendeu meu dilema no mesmo instante. Sem dizer mais nada, empurrou sua prova para a beira da mesa. Eu podia agora ver suas respostas.

Passei o resto da hora copiando tudo. Não apenas fui aprovada, mas também tirei a nota máxima na prova.

Eu não esperava que Elvis fizesse alguma coisa por minha formatura.

Sua atitude era radical:

— Um diploma não é tão importante; o que interessa são as experiências da vida.

Para minha surpresa, no entanto ele estava extremamente satisfeito e promoveu uma grande festa para os nossos amigos, depois da cerimônia. Presenteou-me com um lindo Corvair vermelho, meu primeiro carro. Na grande noite ele se comportou como um pai orgulhoso. Nervoso pela roupa que deveria usar na cerimônia, acabou escolhendo um terno-marinho. Não conseguiria manter o capelo sobre aquela massa de cabelos armados. Elvis mandara a limusine nos esperar na frente da casa. Mas havia um problema: eu não queria que ele fosse à cerimônia. Atrairia muita atenção e todos os olhares se desviariam dos formandos. Finalmente tomei coragem suficiente para pedir-lhe que esperasse lá fora e expliquei o motivo. Exibindo o seu sorriso irônico, o que sempre exibia quando estava perturbado ou magoado, ele concordou sem a menor hesitação.

— Eu não tinha pensado nisso. Você tem razão. Não vou entrar. Ficarei esperando no carro. Dessa forma, estarei mais ou menos com você lá dentro.

E foi o que aconteceu. Recebi o diploma com emoções confusas. Teria adorado que Elvis estivesse assistindo, mas somente eu sabia o quanto aquele pedaço de papel me custara em termos de esforço físico, emocional e mental. Para mim, representava a liberdade... liberdade de ficar acordada


até o amanhecer, se quisesse, liberdade para dormir o dia inteiro, se quisesse.

Representava a libertação do uniforme da escola e das brincadeiras do círculo íntimo sempre que me via a usá-lo em Graceland. Eu era agora uma garota crescida, passando a jogar no time principal. Assim que pude, corri para fora. Na frente da igreja, Elvis e os rapazes estavam parados em torno da limusine, parecendo a Máfia de Chicago, com seus ternos e óculos escuros, todos armados com um 38. Um grupo de freiras cercava Elvis, todas pedindo seu autógrafo.

Quando ele me viu, começou a aplaudir, no que foi acompanhado pelos rapazes. Abraçando-me, ele declarou que estava muito orgulhoso. Pediu-me para desenrolar o diploma, a fim de se certificar de que eu realmente me formara.

Agora eu podia passar cada minuto em companhia de Elvis. Havia ocasiões em que nos isolávamos do resto do mundo por dias a fio. Elvis avisava que não atenderia nenhum telefonema, "a menos que seja papai ou uma ligação de emergência do Coronel". Era o meu momento e ninguém podia interferir. Ele era todo meu.

Quando tínhamos fome, eu ligava para a cozinha e pedia comida, que era deixada do lado de fora da porta do quarto. Depois de comermos, empilhávamos as travessas vazias no mesmo lugar. Não víamos ninguém... nem mesmo a luz do dia. As janelas estavam isoladas por papel laminado e cobertas por cortinas grossas e escuras, a fim de impedir que qualquer claridade entrasse. O tempo era nosso, para fazermos o que quiséssemos, enquanto nos aprouvesse. Elvis tinha alguns meses de folga no intervalo entre filmes e não havia qualquer pressão para o seu retorno a Hollywood. Sempre parecíamos estar apaixonados quando ficávamos a sós. Eu adorava aqueles momentos em que ele era apenas Elvis, não tentava corresponder a uma imagem ou um mito. Éramos simplesmente duas pessoas tentando descobrir uma à outra.

Somente na privacidade de nossos aposentos é que Elvis me mostrava um lado seu que raramente era visto pelos outros, se é que alguma vez.
 


ELVIS E EU



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Sem o Coronel, sem roteiros, sem filmes ou música, sem os problemas dos outros, Elvis podia se tornar outra vez um garotinho, escapando das responsabilidades com a família, amigos, fãs, imprensa e o mundo. Ali, comigo, ele podia ser vulnerável e infantil, um garoto alegre, que passava dias a fio de pijama.

Um dia ele era o dominante e me tratava como uma criança, muitas vezes me repreendendo por qualquer ação inconseqüente. Em outros dias eu era a mais forte, cuidando dele como uma mãe amorosa, cuidando para que comesse tudo em seu prato, tomasse todas as vitaminas e não perdesse qualquer dos seus programas de televisão prediletos, como Laugh-In, The Untouchables, The Wild, Wild West, The Tonight Show e Road Runner. Escutávamos o canto do evangelho pela televisão nas manhãs de domingo

— nossos prediletos eram os Stamps, Heppy Goodman Family e Jake Hess — e assistíamos aos velhos filmes clássicos, que Elvis adorava, como O Morro dos Ventos Uivantes, De Ilusão Também se Vive e It's a Wonderful Life.

Choramos até dormir por causa de The Way of All Flesh, a história de um banqueiro que planeja levar uma quantia vultosa para fora do estado, apenas para descobrir ao acordar na manhã seguinte que foi roubado. Perdendo tudo, ele passa a vaguear pelas ruas, entre os mendigos, um pária. Anos depois, numa noite de Natal, ele chega à sua cidade natal e espia pela janela para ver a esposa e os filhos, agora crescidos, abrindo os seus presentes. Percebendo a sua presença, mas sem reconhecê-lo, a esposa se compadece do velho solitário e o convida a partilhar a noite com a família. Ele recusa, afastando-se sozinho pela rua coberta de neve. Elvis indentificava-se tão profundamente com a história que pensava em produzir uma refilmagem. Tencionava lançar Vernon no papel principal. Havia outros filmes que também assistíamos com freqüência — Mr. Skeffington, com Bette Davis e Claude Rains, Os Miseráveis, com Charles Laughton, Fredric March e Rochelle Hudson, e Letter from an Unknown Woman, com Joan Fontaine.

Quando não estávamos assistindo a um filme, fazíamos brincadeiras tolas, como esconde-esconde, ou então nos empenhávamos em brigas de travesseiro, que muitas vezes terminavam em acaloradas discussões sobre



quem batera com mais força. As discussões eram geralmente joviais, mas percebi que podiam se tornar sérias, ainda mais depois que tomávamos pílulas para dieta.

Uma noite tomamos estimulantes e começamos a brigar, de brincadeira. Joguei um travesseiro em Elvis. Ele se esquivou e, rindo, jogou-o de volta. Joguei outro e mais outro e depois, sem lhe dar tempo de se recuperar, atirei um terceiro. O último acertou-o no rosto. Seus olhos faiscaram de raiva.

— Mas que merda! — explodiu ele. — Não tão rude! Não quero brincar com um homem!

Ele me agarrou pelo braço e me puxou para a cama. Enquanto explicava como eu atirara os travesseiros com força demais, Elvis acidentalmente atingiu-me no olho. Desviei a cabeça para o lado e levantei-me de um pulo, acusando-o de ter me atingido de propósito.

— Não sabe brincar sem ganhar, nem mesmo comigo! — gritei.

—Começou a bater cada vez com mais força. O que esperava que eu fizesse?

Fui para o meu quarto de vestir e bati a porta, enquanto o ouvia berrando:

— Você não é um Homem!

Naquela noite fomos ao cinema. Meu braço tinha uma equimose no lugar em que ele agarrara, o olho estava inchado, escuro. Para agravar a situação — e para me certificar de que ele se sentisse arrependido — usei uma venda sobre o olho. Todos brincaram comigo e Elvis gracejou:

— Não pude evitar. Ela tentou bancar a durona comigo e eu tinha de mostrar quem é que mandava.

Naquela noite ganhei um apelido: "Toughie", a durona. Apesar das brincadeiras, Elvis lamentou profundamente o incidente. Pediu-me desculpas na ocasião e por várias vezes nos dias subseqüentes.

— Sinto muito, Baby. Sabe que eu nunca a machucaria por qualquer forma, nunca poria a mão em você, não é mesmo? Foi um acidente.

Mas a verdade é que o incidente deixou-me assustada. Daquele momento em diante, passei a tomar cada vez menos pílulas, até
 
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que parei por completo. Tentei persuadir Elvis a fazer a mesma coisa. Comecei a questionar as quantidades, embora soubesse que ele tinha várias doenças que exigiam medicamentos. Fiz tudo o que podia por Elvis e partilhamos muitos momentos maravilhosos. Contudo, a sua objeção inflexível a parar de tomar as pílulas levou-me a concluir que podia haver um problema. Mas presumi que ele sabia o que era melhor para si mesmo.

ELVIS E EU





CONTINUA,,,,,,,,




LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 15

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 15


Elvis Presley criava o seu próprio mundo; somente em seu ambiente sentia-se seguro, à vontade e protegido. Havia um clima de camaradagem genuína em Graceland. Vivíamos como uma grande família, comendo, conversando, discutindo, gracejando, nos divertindo e viajando juntos. Embora eu me tornasse amiga dos rapazes do círculo de Elvis, ele nunca me deixou esquecer — ou a qualquer outro — que eu era a sua garota. Nunca eu deveria ficar muito íntima de qualquer outro.

Uma noite, quando voltamos do cinema, nós nos despedimos de todos e subimos. Retornando à cozinha, poucos minutos depois, a fim de pegar alguma coisa para comer, encontrei Jerry Schilling, que estava começando a trabalhar para Elvis, fazendo um lanche. Começamos a conversar, mais alguns minutos e Elvis apareceu.

— O que vocês dois estão fazendo aqui embaixo? — gritou ele.

— Ora, Elvis, estávamos apenas conversando. Perguntei a ela como se sentia, porque não estava passando bem esta tarde.

— Desci para comer alguma coisa — expliquei.

— Cilla, você não deve vaguear pela casa durante a madrugada — declarou Elvis, furioso, ordenando-me em seguida que subisse.

Enquanto me afastava, ouvi Elvis censurar Jerry:

— Se quer continuar neste emprego, filho, é melhor cuidar apenas de sua própria vida. Se alguém tem de perguntar como ela está se sentindo, sou eu. É melhor você nunca esquecer isso.

Eu gostava de Jerry. Ele era afetuoso, sincero e muito bem-apessoado; apenas dois anos mais velho do que eu, era uma das poucas pessoas ali com quem podia me relacionar. Daquele momento em diante, porém, passou a ser um jogo de esquiva cada vez que nos encontrávamos. Agora, Jerry e eu rimos quando recordamos "os bons tempos de antigamente". A maioria dos que trabalhavam para Elvis estavam ali desde o início e sabiam de tudo a seu respeito — o senso de humor, a sensibilidade, o temperamento. Ele
se

revelava completamente na presença da turma e todos aceitavam-no pelo que era.

Trabalhar para Elvis era um emprego de 24 horas por dia e todos estavam constantemente à sua disposição. Divertiam-se quando ele se divertia, dormiam quando ele dormia. Era preciso ter uma certa espécie de personalidade para aturar suas exigências, quer fizessem sentido ou não.

— Vamos para Tupelo, no estado de Mississipi — disse ele uma tarde, não muito depois de acordarmos. — Quero lhe mostrar o lugar onde eu nasci.

Ele telefonou lá para baixo e disse a Alan que avisasse a todos que queria partir dentro de uma hora.

— Está certo, Chefe. Acho que Richard e Gene ainda estão dormindo. Vou ligar para eles e dizer que venham para cá imediatamente.

— Aqueles preguiçosos ainda estão dormindo? — disse Elvis. — E nós já estamos acordados há duas horas! Eles deveriam estar aqui há muito tempo. De hoje em diante, Alan, quando eu ligar para pedir o desjejum avise à turma e mande que estejam aqui, prontos para qualquer coisa... o que pode incluir a possibilidade de eu nem descer. Mas quero que todos estejam sempre aqui.

Uma exigência absurda? É verdade, mas Elvis podia ser igualmente generoso. Pelos padrões de hoje, os salários até que não eram altos — em média, 250 dólares por semana — mas se os rapazes estavam em dificuldades ao final do mês sempre podiam recorrer a Elvis.

Pediam-lhe para ajudar na entrada de uma casa ou no primeiro e último pagamento de um apartamento. Elvis sempre ajudava, emprestando mil, cinco mil ou dez mil dólares quando lhe pediam. Eles raramente pagavam, se é que alguma vez aconteceu.

Também não havia limites para os presentes dispendiosos que ele dava — aparelhos de televisão no Natal, cheques de gratificação, Cadillacs conversíveis, Mercedes-Benz. Se tomava conhecimento que alguém estava triste ou deprimido, adorava surpreendê-lo com um presente, geralmente um carro novo. E quando dava a um, quase sempre acabava dando a todos. Vernon não tinha muito respeito pelos rapazes. Dizia que Elvis apenas dava e dava, que eles tomavam e tomavam e tomavam. E insistia:
 

— Filho, precisamos economizar.

Ao que Elvis respondia:

— É apenas dinheiro, papai. Basta eu sair e ganhar mais.

Vernon ressentia-se contra o fato dos freqüentadores habituais se comportarem como se Graceland fosse seu clube particular. Entravam na cozinha a qualquer hora e pediam o que quisessem. É claro que cada um pedia alguma coisa diferente. As cozinheiras trabalhavam noite e dia para manter a todos felizes. Vernon protestava:

— Os rapazes que se danem. Só deveriam se preocupar com Elvis.

O pior de tudo era que os rapazes pediam filé ou vitela, enquanto Elvis comia hambúrgueres ou sanduíches de manteiga de amendoim e banana.

Não fui muito popular em Graceland quando comecei a reorganizar a cozinha. Fixei a política de um cardápio por refeição; quem não gostasse, podia ir a um restaurante próximo. A nova ordem provocou muitos resmungos dos rapazes, mas as cozinheiras ficaram aliviadas e Vernon sancionou minha decisão, anunciando:

— Já estava na hora de alguém organizar as refeições. Começava a parecer que estávamos alimentando a metade da população de Menphis.

Elvis era o patrão, o provedor e o poder. Tanto os rapazes como eu tínhamos de protegê-lo das pessoas que o aborreciam ou irritavam, que não contavam mais com seu favor.

Antes de descer para a noite, ele me mandava telefonar lá para baixo, a fim de saber quem estava presente. Eu repetia a lista, certa de que alguns nomes o deixariam contrariado.

— Mas que merda! — exclamava ele, desolado. — O que ele quer aqui? Trazer-me mais alguma péssima notícia?

Elvis preferia ficar em seu quarto do que passar a noite em companhia de alguém de quem não gostava. Houve um rapaz do círculo íntimo que caiu em desgraça e Elvis disse a todos que não o queria mais em Graceland.



ELVIS E EU



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— Não deixem que ele passe pelo portão! — ordenou Elvis. — Basta eu ver sua cara que fico deprimido!

Elvis proibiu seu acesso por alguns anos, declarando:

— Se ele mudar sua atitude mórbida, talvez eu também mude de idéia.

Suas percepções eram corretas, já que esses "amigos" quase sempre acabavam por traí-lo. Elvis e Vernon mantinham alguns parentes a distância. Elvis me explicou o motivo: eles desprezavam-no quando estava crescendo, chamando-o de maricas e filhinho da mamãe. Gradys sempre defendia o filho e dizia a seus algozes que fossem embora. Furiosa, ela protestava:

— Não nos incomodem com essas acusações!

E de repente Elvis conquistara a fama e a fortuna, todos os parentes se aproximaram, suplicando por empregos ou clamando que precisavam de ajuda. Havia ocasiões em que Elvis ficava transtornado e acusava:

— Eles só me visitam com a mão estendida. Seria maravilhoso se viessem apenas para saber como eu estou. Mas isso nunca acontece. "Estou precisando de algum dinheiro extra, Elvis. Será que pode me ajudar?". Aposto que eles ainda vão querer se aproveitar depois que eu morrer. Mas Elvis sempre acabava dando a cada um cem dólares ou mais, sempre que apareciam. Se dependesse de Vernon, ele mandaria todos embora sem nada. Mas Elvis alegava:

— Não é possível, papai. Eles não têm qualquer outro lugar para onde possam ir. Não arrumariam emprego em outra parte. Vamos mantê-los por aqui.

Desde o início de seu sucesso que Elvis empregara muitas pessoas da família e todas tinham títulos. Vernon era o seu gerente de negócios; Patsy a secretária pessoal; os tios Vester Presley, Johnny e Travis Smith e o primo Harold Lloyd eram guardas do portão; os primos Billy, Bobby e Gene eram assessores pessoais; e havia ainda Tracy Smith, que parecia passar de irmão em busca de apoio. Elvis sustentava a todos.

Lembro de uma noite em Graceland quando Elvis entrou na cozinha e deparou com Tracy andando de um lado para o outro.

— Ei, Tracy, o que está havendo com você?



As mãos nos bolsos, Tracy não foi capaz de fitar Elvis nos olhos, limitando-se a murmurar, com um suspiro:

— Não sei...

— Como não sabe? Todo mundo sabe o que está havendo consigo mesmo.

Tracy, balançando para frente e para trás, balbuciou:

— Estou com os nervos no chão! Elvis.

Elvis desatou a rir.

— Os nervos no chão! Nunca ouvi ninguém falar assim! Precisa de algum dinheiro, Tracy?

Tracy tornou a balançar para frente e para trás, sem dizer nada. Elvis chamou Joe e disse-lhe que desse uma nota a Tracy. Um sorriso feliz estampou-se no rosto vincado de Tracy quando pegou a nota de cem dólares e se retirou.

Elvis sabia que estar com os nervos no chão era a maneira de Tracy dizer que estava sem dinheiro... e preocupado demais com o problema. Ele nunca mais esqueceu.

— Terei sempre gravada na memória a expressão do velho e pobre Tracy naquela noite.

Assim era Elvis — sempre preocupado, sempre sensível às necessidades de todos, mesmo

enquanto apresentava uma imagem machista aos amigos e fãs.




ELVIS E EU


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CONTINUA,,,,,,,